terça-feira, 3 de novembro de 2009

Música barroca


A música barroca é toda música ocidental correlacionada com a época cultural homônima na Europa, que vai desde o surgimento da ópera por Claudio Monteverdi no século XVII, até à morte de Johann Sebastian Bach, em 1750.
Trata-se de uma das épocas musicais de maior extensão, fecunda, revolucionária e importante da música ocidental, e provavelmente também a mais influente. As características mais importantes são o uso do baixo contínuo, do contraponto e da harmonia tonal, em oposição aos modos gregorianos até então vigente. Na realidade, trata-se do aproveitamento de dois modos: o modo jônico (modo "maior") e o modo eólio (modo "menor").
Do Período Barroco na música surgiu o desenvolvimento tonal, como os tons dissonantes por dentro das escalas diatônicas como fundação para as modulações dentro de uma mesma peça musical; enquanto em períodos anteriores, usava-se um único modo para uma composição inteira causando um fluir incidentalmente consonante e homogêneo da polifonia. Durante a música barroca, os compositores e intérpretes usaram ornamentação musical mais elaboradas e ao máximo, nunca usada tanto antes ou mais tarde noutros períodos, para elaborar suas idéias; fizeram mudanças indispensáveis na notação musical, e desenvolveram técnicas novas instrumentais, assim como novos instrumentos. A música, no Barroco, expandiu em tamanho, variedade e complexidade de performance instrumental da época, além de também estabelecer inúmeras formas musicais novas, como a ópera. Inúmeros termos e conceitos deste Período ainda são usados até hoje.


Portugal e Brasil


No Brasil, Antônio José da Silva, o Judeu, escreveu notáveis obras posteriormente musicadas por Antonio Teixeira, com quem trabalhou em óperas como "As variedades de Proteu", quando se encontrava em Portugal.
Em Portugal, também Francisco António de Almeida e João Rodrigues Esteves trabalharam no domínio da Ópera e das obras vocais. Carlos Seixas destacou-se no campo da literatura para tecla, com mais de 700 sonatas, inovando também no reportório orquestral, com uma "Abertura em Ré Maior" em estilo francês, uma "Sinfonia em Si bemol Maior" em estilo italiano e um "Concerto para cravo e orquestra em Lá Maior", um dos primeiros exemplares do género na Europa e um contributo original para o desenvolvimento do Barroco.

Um comentário:

  1. Amigo, muito boa a sua explicação, mas seria bom que fizesse uma pequena correção: os modos litúrgicos começaram a cair em desuso no decorrer do século XVI, que era o fim do período renassentista. Neste período já é possível encontrarmos músicas repletas de ornamentos e o tonalismo já começa a surgir, com as "raízes de quarta" e as progressões harmônicas (por exemplo, a música do reinado de Elizabeth I tem progressões harmônicas características). Até mesmo há pessoas que digam que a música renassentista era quase que totalmente polifônica, o que também não é verdade. É fato que até mesmo algumas das danças (que nada tem de "sacro") eram escritas com textura polifônica, mas já existia sim uma quantidade muito expressiva de música homofônica, com um tipo de "acompanhamento" primitivo, até mesmo o que chamam de "baixo de Albert" (ex: mão esquerda no início da "sonata facile" em dó maior de Mozart) já é encontrado nesse período. O que acontece é que no barroco isso foi mais desenvolvido e atingiu o ponto de equilíbrio entre melodia e harmonia, porém a partir do barroco tardio, com o início do rococó, a textura polifônica caiu em desuso.
    Vale lembrar que há muitos estudiosos que consideram alguns compositores do final do século XVI como barrocos (o que eu discordo, na verdade isso foi uma transição). Até mesmo o cromatismo é encontrado em algumas peças de Orlando Gibbons e alguns outros compositores, mas claro que no barroco isso foi muito melhor desenvolvido.

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